Pesquisar este blog

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

                                                        Povos Indígenas do Brasil


Aikanã Aikewara Akuntsu Amanayé Amondawa Anacé Anambé Aparai Apiaká Apinayé Apurinã Aranã Arapaso Arapiuns Arara Arara da Volta Grande do Xingu Arara do Rio Amônia Arara do Rio Branco Arara Shawãdawa Araweté Arikapú Aruá Ashaninka Asurini do Tocantins Asurini do Xingu Atikum Avá-Canoeiro Aweti Bakairi Banawá Baniwa Bará Barasana Baré Borari Bororo Canela Apanyekrá Canela Ramkokamekrá Chamacoco Charrua Chiquitano Cinta larga Coripaco Deni Desana Djeoromitxí Dow Enawenê-nawê Etnias do Rio Negro Fulni-ô Galibi do Oiapoque Galibi-Marworno Gavião Kykatejê Gavião Parkatêjê Gavião Pykopjê Guajá Guajajara Guarani Guarani Kaiowá Guarani Mbya Guarani Ñandeva Guató Hixkaryana Hupda Ikolen Ikpeng Ingarikó Iranxe Manoki Jamamadi Jarawara Javaé Jenipapo-Kanindé Jiahui Jiripancó Juma Ka'apor Kadiwéu Kaiabi Kaimbé Kaingang Kaixana Kalabaça Kalankó Kalapalo Kamaiurá Kamba Kambeba Kambiwá Kanamari Kanindé Kanoê Kantaruré Kapinawa Karajá Karajá do Norte Karapanã Karapotó Karipuna de Rondônia Karipuna do Amapá  Kariri Kariri-Xokó Karitiana Karo Karuazu Kassupá Katuenayana Katukina do Rio Biá Katukina Pano Kaxarari Kaxinawá Kaxixó Kaxuyana Kayapó Kayapó Xikrin Kinikinau Kiriri Kisêdjê Koiupanká Kokama Korubo Kotiria Krahô Krahô-Kanela Krenak Krenyê Krikatí Kubeo Kuikuro Kujubim Kulina Kulina Pano Kuntanawa Kuruaya Kwazá Makuna Makurap Makuxi Manchineri Marubo Matipu Matis Matsés Maxakali Mehinako Menky Manoki Migueleno Miranha Mirity-tapuya Munduruku Mura Nadöb Nahukuá Nambikwara Naruvotu Nawa Nukini Ofaié Oro Win Palikur Panará Pankaiuká Pankará Pankararé Pankararu Pankaru Parakanã Paresí Parintintin Patamona Pataxó Pataxó Hã-Hã-Hãe Paumari Payayá Pipipã Pira-tapuya Pirahã Pitaguary Potiguara Puroborá Puyanawa Rikbaktsa Sakurabiat Sateré Mawé Shanenawa Siriano Surui Paiter Tabajara Tapayuna Tapeba Tapirapé Tapuio Tariana Taurepang Tembé Tenharim Terena Ticuna Timbira Tingui Botó Tiriyó Torá Tremembé Truká Trumai Tsohom-dyapa Tukano Tumbalalá Tunayana Tupari Tupinambá Tupiniquim Turiwara Tuxá Tuyuka Umutina Uru-Eu-Wau-Wau Waimiri Atroari Waiwai Wajãpi Wajuru Wapixana Warekena Wari' Wassu Wauja Wayana Witoto Xakriabá Xavante Xerente Xetá Xingu Xipaya Xokleng Xokó Xukuru Xukuru-Kariri Yaminawá Yanomami Yawalapiti Yawanawá Ye'kuana Yudja Yuhupde Zo'é Zoró Zuruahã
Aula prática com meus amigos do IFPA-CRMB

terça-feira, 2 de setembro de 2014

    Aldeia Barreirinha localiza-se na margem direita do rio Capim, Sudeste do Pará, município de Paragominas. A área de Barreirinha hoje esta medindo aproximadamente 2.400 ha de superfície e perímetro de 30 km A aldeia é um aglomerado de 29 casas, distribuídas entre casas de madeira e casas de alvenaria.Totalizando 161 pessoas.(censo de 2013) Fonte (SESAI)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Teneterhara do povo amanayé em festa cultural


Aldeia Barreirinha (Foto de 2009)

Foto da Aldeia Barreirinha

Teneterhara Amanayé (Indigena Amanayé)

Korarhy (Sol)  pequeno indígena do povo amanayé um guerreirinho de uma nação indígena que fica localizada no sudeste do pará.

Povo Amanayé

Localização
 Pará

Outros nomes
 Amanaié, Araradeua

População
 87 - 192

Família linguística
Tupi-Guarani

Língua
 Amanaype, Português
 
Introdução
Amanagé constitui a autodenominação atual dos índios que habitam o alto curso do Rio Capim, mais conhecidos como Amanayé. O nome significaria “associação de pessoas” e aparece nas fontes sob as variantes Manajo e Amanajo. Uma parte dos Amanayé teria assumido o nome Ararandeuara, em referência ao igarapé que habitam.
Língua

A língua Amanayé pertence à família Tupi-Guarani, classificada pelo lingüista Aryon Rodrigues (1984) junto com as línguas Anambé e Turiwara, de grupos que habitam a mesma região. Hoje em dia os Amanayé não usam mais a língua materna devido ao intenso contato, desde a década de 1940, que ocasionou casamentos com moradores brancos e negros da região do rio Capim, sendo estes últimos oriundos de antigo quilombo do Badajós.
A despeito da língua não ser mais falada no cotidiano, ela é lembrada pelos mais velhos e por parte dos jovens através da articulação de alguns termos nativos mesclados ao português regional, é falada em noites e festas culturas.

Histórico do contato

Os Amanayé foram mencionados pela primeira vez na região que constitui, provavelmente, a área de origem deste povo Tupi: o Rio Pindaré. Ali, resistiram por muito tempo às tentativas de aldeamento, quando, em 1755, fizeram um acordo com o Padre David Fay, missionário jesuíta entre os Guajajara da aldeia de São Francisco do Carará. Fay “conseguiu praticar os Amanaios e que se descessem e aldeassem”, junto aos Guajajara, seus tradicionais inimigos.
Pouco depois, uma boa parte do grupo mudou-se pacificamente para o Rio Alpercatas, na fronteira do Maranhão com o Piauí, estabelecendo-se perto da Aldeia Santo Antônio. Por volta de 1815, havia apenas 20 remanescentes deste grupo, misturados com negros. Outros Amanayé do Alpercatas continuaram sua migração através do Rio Parnaíba, alcançando o Piauí em 1763, não havendo notícias do que lhes ocorreu depois.
Na segunda metade do século XIX, os Amanayé dos rios Pindaré e Gurupi se situavam na área de influência das “Diretorias Parciais”, onde foram visitados pelo viajante Gustavo Dodt. As “Diretorias Parciais” foram criadas pelo Regimento de 1845 e visavam limitar os abusos praticados por regatões; na prática, porém, essas administrações locais aumentaram a sujeição dos índios, utilizados como mão-de-obra “dócil” e barata. Os aldeamentos do “Diretório”, devido à uma administração caótica, tiveram curta duração (até 1889).
Na mesma época, outros Amanayé são mencionados no Rio Moju, onde também encontraram índios Tembé que migravam em direção ao Pará. A partir desse momento não se tem mais informações sobre os Amanayé do Maranhão. Instalados na região dos Rios Moju e Capim, esses índios enfrentaram aldeamento compulsório, extorsões praticadas por regatões e conflitos com fazendeiros. Foram aldeados na Missão Anauéra ou São Fidelis, no Capim. Por serem considerados mais “rebeldes”, missionários atribuiram-lhes um local separado dos Tembé e dos Turiwara.
Em 1873, os Amanayé mataram o missionário da Aldeia, Cândido de Heremence, e um engenheiro belga que transitava na região. As represálias contra os índios levaram uma parte do grupo a se refugiar no Igarapé Ararandeua, onde evitavam o contato com regionais. Segundo Nimuendajú, esses Amanayé passaram então a se identificar como Ararandeuara ou como Turiwara, para dissimular sua identidade.
Quanto aos Amanayé que permaneceram na Missão, passaram a viver sob a administração de uma Diretoria Parcial de Índios, no mesmo local. Ali, continuavam em conflito com povos vizinhos e, em 1880, os Amanayé mataram um grupo de índios Tembé e Turiwara, considerados os “índios mansos” daquela área. Essa ocorrência motivou o Presidente da Província do Pará a providenciar “armas e munições para que esses índios mansos se possam defender dos ataques dos Amanyé. Após esses conflitos, supõe-se que os Amanayé se isolaram definitivamente dos Tembé e dos Turiwara, migrando para as cabeceiras do Rio Capim. A partir do final do século XIX, notícias do grupo aparecem somente através de registros de alguns etnólogos que visitaram rapidamente a região e através de vistorias, também rápidas, do SPI.
No final do século XIX, um pequeno grupo formado por índios Amanayé e Anambé, sobreviventes de uma epidemia nas aldeias do Arapari, se encontrava perto das últimas cachoeiras do Rio Tocantins. A maior parte do grupo, entretanto, teria permanecido no Rio Capim, onde o inspetor Luiz Horta Barbosa, logo após a criação do SPI (em 1910), realizou uma expedição. Encontrou um grupo Amanayé liderado por uma mulata chamada Damásia, no Igarapé Ararandeua. Damásia teria assumido a chefia do grupo ainda no final do século XIX e é mencionada como representante do grupo até a década de 1930. Nessa data, os Amanayé do Ararandeua eram aproximadamente 300 pessoas, distribuídas entre quatro aldeias. Nessa mesma área teria ocorrido, em 1941, um ataque, conforme um documento do SPI: índios “Amanajas” ainda não pacificados da região dos rios Surubiju e Carandiru, teriam atacado índios do Capim; segundo os Anambé, os índios arredios seriam cerca de 200 e já tinham aparecido no Igarapé Pimental, afluente do Rio Gurupi. O documento comenta então a necessidade de criação de um Posto Indígena na região.
A criação da Reserva Amanayé, em 1945, destinava-se, supostamente, a esse grupo de 200 Amanayé “não pacificados”, cujos remanescentes constituem, provavelmente, a atual população indígena do alto Capim. Quanto ao grupo de Damásia, a última informação data de 1942, mencionando 17 remanescentes, liderados pelo filho dela e “na maioria mestiços”. Na ocasião, esses Amanayé comentaram sobre o grupo arredio do Garrafão, afluente esquerdo do Ararandeua.
Finalmente, os Amanayé instalados na região do Rio Moju se identificavam como Ararandeuara, conforme Lange. Este viajante publicou, em 1914, a única descrição etnográfica existente sobre o povo Amanayé.
Nimuendajú, em 1926, encontrou um grupo local com a mesma autodenominação, na localidade de Munduruku, próxima do. Os índios do Rio Cairari, também visitados por Nimuendajú, em 1943, foram por ele identificados como Amanayé e Turiwara, mas seriam, na realidade, um subgrupo Anambé.
Na década de 1950 os Amanayé continuavam ocupando as margens do Rio Candiru-Açu, dentro da Reserva. Foram ali visitados pelo sertanista João E. Carvalho, que trabalhava na época na Frente de Pacificação dos Urubu-Kaapor do SPI. Em 1976, havia pelo menos 10 remanescentes do grupo dispersos na Reserva, entre os rios Ararandeua e Surubiju.
Onde estão os Amanayé?

Os Amanayé estão distribuídos na região do médio rio Capim, onde se localizam as Terras Indígenas Saraua e Barreirinha. A área tradicionalmente ocupada por estes índios situa-se no alto Capim, entre os igarapés Ararandeua e Surubiju, onde foi criada, em 1945, a “Reserva Amanayé”. No entanto, os Amanayé encontram-se fora dessa área.
Encravados no território dos Tembé, os Amanayé estavam, nesse período, divididos entre três aldeias, na margem do Rio Caju-Apará, formador do Rio Gurupi; muito menos numerosos que os Tembé, sua população foi estimada entre 300 e 400 pessoas. Ali “têm muitas relações com a população civilizada, por intermédio dos regatões que os procuram por causa do óleo de copaíba, casca de cravo, rama de abuta e de algum breu”.

Modo de vida e demografia

Segundo Eneida Assis, as famílias amanayé são nucleares e “quem manda na casa é mulher, o homem dedica-se a assuntos externos” (2002:66). A disposição espacial das casas é formada por residências isoladas cercadas por suas respectivas roças, distribuídas em diferentes pontos da área. As casas são de pau-a-pique, com ou sem reboco. A disposição interna varia de acordo com a família, mas o centro da vida doméstica acontece na cozinha, ao redor do fogão de barro à lenha. É ali que se reúne o grupo doméstico, enquanto as visitas são recebidas na sala. Ao lado da moradia, em geral localiza-se a casa de farinha, que também pode ser um local de encontro entre os que estão trabalhando e visitantes.
A maioria das mulheres se casa entre os 15 e 18 anos, e nessa faixa têm seu primeiro filho. A amamentação se prolonga até um ano de idade, mas a partir do segundo mês são introduzidas as papas de carimã e croeira.
A aldeia da Terra Indígena Saraua é composta por seis casas onde vivem 12 famílias, num total de 72 pessoas, que, somadas a duas famílias que vivem e trabalham na Fazenda Tabatinga (fora dos limites da TI), perfazem um total de 87 indivíduos amanayé no ano de 2002. A aldeia tem uma escola que está sob a administração da Prefeitura de Ipixuna do Pará. Até o momento, não há informações sobre a localidade de Barreirinha.

Atividades produtivas

Na TI Saraua, os rios, igarapés e lagos formam um “território das águas”, segundo expressão de Assis, pois constituem os espaços de trabalho e lazer da comunidade indígena. A mata é igualmente importante, sendo fonte de alimentos, remédios e caça. A mata derrubada e convertida em roça é considerada uma espécie de extensão da casa, na qual qualquer um pode buscar alimentos sem perigo.
Os igarapés são os lugares privilegiados para a caça, que existe em dois tipos: as grandes (como anta, porção e veado vermelho) e as pequenas (como paca e capivara). Há também muitos pássaros apreciados. Mas a exploração madeireira tem exercido grande influência nesse esquema produtivo, inclusive na pesca, que constitui a principal fonte de alimento para os Amanayé, em razão do assoreamento de lagos e igarapés. A pesca vem sendo ainda prejudicada pela atividade intensiva de pescadores de São Domingos do Capim